terça-feira, 23 de março de 2010

Faltam cinco dias para a “Hora” da escuridão



WWF lança iniciativa que pretende dar resposta às ameaças climáticas

2010-03-22

Por Marlene Moura

In Ciência Hoje

Faltam cinco dias e algumas horas. Às 20h30 do dia 27 de Março, os monumentos mais emblemáticos de todo o mundo e os maiores ícones nacionais vão mergulhar na escuridão pela «Hora do Planeta 2010» – num sinal poderoso da comunidade global para dar resposta às ameaças das alterações climáticas. Mais uma vez, a United Photo Press (UPP, uma ONG sem fins lucrativos) associa-se à iniciativa mundial pelo desenvolvimento sustentável.

Durante uma hora, haverá um massivo apagão. Em declarações ao «Ciência Hoje», Carlos Sousa, fotojornalista e presidente da UPP em Portugal, estima que os sessenta minutos de escuridão possam economizar “vários milhões de euros” de energia, só no nosso país.

O novo modelo económico indica que o planeta tem apenas cinco anos para iniciar uma revolução industrial baixa em carbono, antes que as mudanças climáticas tomem um rumo inevitável e catastrófico. Apagar as luzes, uma hora por ano, é um bom princípio. Todos os escritórios da United Photo Press, em todos os continentes, irão desligar-se no próximo sábado.

O Coliseu, em Roma; a Torre Eiffel, em Paris; a CN Tower em Toronto; a Golden Gate Bridge em San Francisco ou o Big Ben em Londres são alguns exemplos de monumentos que se não ofuscarão as suas cidades “durante uma hora por uma causa que se torna a cada hora mais urgente”.

Apagão durará uma hora
Apagão durará uma hora
Pela primeira vez, a Associação Nacional de Municípios Portugueses junta-se à campanha, apoiando o desafio lançado pela World Wild Fund for Nature (WWF) a todas as autarquias nacionais para que “participem neste movimento à escala global”. Portugal adere pelo segundo ano consecutivo à esta plataforma voluntária de cidadãos.

Monumentos nacionais como o Cristo-Rei, Castelo de São Jorge, Museu da Electricidade e Padrão das Descobertas em Lisboa; Arco e Muralhas da Cidade de Faro; Biblioteca Manuel Alegre, em Águeda; ou o Mosteiro do Landim, em Vila Nova de Famalicão engrossam a lista de mais de 70 estruturas que em todo o mundo irão ficar às escuras em nome da poderosa mensagem da WWF.

«Projecto Aranha»

A Agência Fotográfica UPP gere um portal global em língua portuguesa, inglesa e árabe com o objectivo de divulgar em todo o mundo, informações relativas às suas actividades fotográficas, fotojornalísticas, documentais, assim como acções de voluntariado nos vários sectores da comunicação social.

Este ano, segundo avançou ainda Carlos Sousa, iniciam o «Projecto Aranha», uma espécie de divulgação em teia, onde o núcleo é a Organização das Nações Unidas (ONU), passando também pelo Ano Internacional da Biodiversidade 2010.

A iniciativa que varreu higienicamente o país este fim-de-semana, «Limpar Portugal» não resistiu a recrutar a United Photo Press para o dia. A agência é ainda responsáveis por projectos como o Free Tibet ou a Trans African Air, entre outros.

Iniciativa começou em Sidney
Iniciativa começou em Sidney
De Sidney para o resto do Mundo


A «Hora do Planeta 2010», considerada como a maior iniciativa de luta mundial contra as alterações climáticas, da rede WWF, começou em Sydney, na Austrália, em 2007, quando 2,2 milhões de residências e empresas desligaram as lâmpadas e outros aparelhos electrónicos, durante uma hora, para marcar posição para a necessidade de proteger a Terra contra os efeitos do aquecimento global. E apenas um ano depois, já se tinha tornado num movimento de sustentabilidade mundial, com mais de 50 milhões de pessoas em 35 países participantes. Hoje, só a página oficial reúne actualmente 5.638.216 apoiantes, que vão sendo actualizados constantemente, em centenas de países.

O movimento excedeu todas as expectativas, alargando-se a todos os pontos do mundo, com a participação de empresas, governos e cidadãos. Recorde-se que só em 2009, foram quatro mil as cidades em 88 países de todo o mundo que participaram neste apagão global, com 1.200 milhões de pessoas que desligaram as luzes pelo Planeta.

Apesar de decorrer apenas durante uma hora, a iniciativa pretende estimular individuais e colectivos, para tomarem medidas para reduzir as emissões de dióxido de carbono, numa base contínua e diária.

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